quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Lutar... e nunca deixar de lutar

Fechei os olhos. Respirei fundo. Exatamente nesse instante, o vazio me tomou. Invadiu minha alma e levou consigo tudo que eu tinha comigo. Levou minhas conquistas... Levou meus sonhos... Levou minha felicidade. Aos poucos sinto tudo que há em mim se esvair, deixando um espaço gigantesco para a dor fazer sua morada. Para se estabelecer e prosperar onde antes havia vida.

Agora o vazio se confunde a mim, e parece muitas vezes ser tudo que hoje eu represento. Mas ainda consigo encontrar um pouco de mim que ainda sobrevive dentro de mim. Uma pequena fração que não se conforma em ser tomada pelo vazio, que não quer ser expulsa pela dor, que não irá se render sem luta. Este pouco de mim que ainda resta cada vez parece menor e mais fraco, mais ainda assim o que me mantém vivo é esse maldito pedaço de mim chamado esperança.

Por muitas vezes quero me render ao vazio e matar minha esperança, para, quem sabe, a dor deixar meu peito, mas minha esperança se mostra forte e continua me mostrando que o que devo continuar a fazer é lutar. Que tenho motivos, e que esses motivos fazem toda a diferença e valem toda a dor que essa luta causa. E ela tem razão.

Continuo a lutar contra esse vazio, que por vezes é mais forte que eu e me faz mergulhar num fosso de dor e solidão. Mas por vezes me sinto mais forte, e consigo não me abalar tanto aos avanços do vazio e da dor. Sobrevivo nessa constante luta sem sentir que tenho avanços e sem saber ao certo o que fazer. Tudo que sei é que tenho que lutar.

Hoje esse vazio me leva minhas conquistas, meus sonhos, minha fome e meu sono. Rouba minha vontade de viver e toda a minha felicidade. Tenta acabar com tudo que resta de mim e me lançar para a morte (por mais que a morte apenas me olhe triste lembrando que não é chegada a minha hora derradeira). Mas não é isso que me traz a lutar...

Não luto para minha felicidade. Não luto para que me sinta vivo de novo. Não luto porque quero me mostrar forte. Não quero nada para mim.

Luto porque não posso me render a injustiças, porque não posso aceitar as coisas ruins que a vida as vezes nos impõe, porque não posso desistir de tudo que amo.


Lutar, lutar, lutar. Dói, cansa, mas é tudo que posso e tenho a fazer. E enquanto a vida ainda habitar esse meu corpo, por mais que as forças me deixem completamente, por mais que a dor se torne insuportável continuarei a lutar.