terça-feira, 10 de agosto de 2010

Insônia

No quarto completamente escuro, as pequnas luzes do já ultrapassado rádio relógio confirmam meu maior temor: 1:00 h. Lá vem mais uma longa noite de insônia.

2:00h. Escuto um estrondo no telhado. Parece ser o céu querendo de vez cair sobre mim e me esmagar com meus problemas. Mas são provavelmente apenas gatos correndo sobre as casas.

3:00h. Há silêncio e escuridão total. Talvez eu esteja perdido dentro de meu próprio ser, em meio a tantos pensamentos frios e escuros, apenas contemplando o imenso vazio que há em mim. Mas certamente é apenas a noite, em seu silencioso respeito ao sonhos daqueles que os tem.

4:00h. Lá de fora parece vir um uivo de dor. Talvez seja minha alma gritando por socorro em meio a tanta agonia. Mas deve ser apenas um cão solitário cantando para a lua.

5:00h. Os sorrisos nas fotos espalhadas pelo quarto me encaram soturnamente. Parecem ler meu interior e repreender-me pelas minhas falhas. Mas é apenas a escuridão que sombreia esses sorrisos congelados que não encaram ninguém.

6:00h. Os primeiros raios de sol decretam o fim da noite tão longa. Não há sono.Não há cansaço. Nada de relevante aconteceu. Deve ser porque essas horas em companhia de meus fantasmas sirvam apenas para me lembrar de que ainda estou vivo.